Hoje no Record na sua secção de exclusivos li uma crónica de Carlos Daniel (jornalista da RTP) e dei por mim a concordar com ele.
Não apenas por ser um jornalista com o qual simpatizo- porque me parece apesar de ser do Porto e possívelmente do FCP, que consegue manter a isenção e fazer uma análise das situações sem se deixar influenciar por outras razões que a razão desconhece (coração) -mas porque faz uma leitura muito semelhante à minha que, de tácticas futebolísticas pouco entendo.
Para não terem que ir lá procurar aqui fica...destacando o que diz respeito ao Sporting.
Construir uma equipa
Gostei de ler a entrevista que Carlos Mozer deu a Rui Dias, aqui no "Record". Essencialmente porque Mozer - sim, um desses craques que sabe de cor o cheiro do balneário e que não pode ser acusado de ser um "teórico" - disse, preto no branco, que o futebol mudou muito nas últimas décadas.
Ainda há dias, ao seguir um debate sobre futebol num canal de cabo, achei deprimente a forma como alguns "especialistas" tentavam explicar virtudes e defeitos de uma equipa recorrendo a chavões como a "atitude", a necessidade de "pôr os jogadores a correr" ou de "construir a equipa de trás para a frente".
Chego a ficar com a ideia de que há quem pense que é com conversas no balneário que o treinador faz com que a equipa pressione mais alto ou seja mais eficaz nas transições (e é giro que mesmo alguns contestatários das novas terminologias, ao fim de 3 ou 4 anos, já não passem sem "transitar"). Não é, seguramente. É no treino, no trabalho diário, e não com gritos ao intervalo e menos ainda durante o jogo, quando os jogadores já nem ouvem (ou fazem por não ouvir) o que sai do banco.
É nesse plano que Mozer - volto a ele - coloca Mourinho como estando à frente do seu tempo e avança no pensamento tático sobre o jogo identificando, por exemplo, a importância do homem que ocupa a posição 6 (o trinco ou pivô), enquanto ponto de equilíbrio de uma equipa.
Em Portugal é uma evidência. No FCPorto da época passada, pode destacar-se a dinâmica de Lisandro, a explosão de Hulk ou a revelação de Cissokho, mas foi quando conseguiu ganhar Fernando que Jesualdo Ferreira superou a maior crise tática, resultante da saída de Paulo Assunção. Não espanta por isso que, sendo Fernando cobiçado, o FC Porto corra a adquirir Prediger para se precaver numa posição que é chave.
Não me sinto habilitado para dizer se 7 milhões é ou não dinheiro a mais por Javi García. Só vendo o jogador, conhecendo-o melhor, será possível avaliar. O que não faz sentido é aquele argumento de que é muito por um médio defensivo, como só se pudesse gastar dinheiro a sério com avançados. Muitas vezes, um especialista nesta posição é meio caminho andado para o sucesso e Jesus pode ter resolvido o maior imbróglio tático que se lhe deparava.
É também aí que vejo o Sporting atrás dos rivais. O vértice recuado num losango precisa de um jogador com uma dinâmica diferente de Veloso e Rochemback. A menos que um deles nos surpreenda ou Adrien se afirme, o leão mantém essa dificuldade principal, a par das limitações nos laterais e da ausência de um guarda-redes que dê plenas garantias. E por muito que não concorde com a tal ideia da construção das equipas de trás para a frente, ou a admita apenas numa perspetiva tática, que não individual, estou cada vez mais convencido de que não há grandes equipas sem um guarda-redes top. E isso nenhum dos grandes tinha na época passada. Nem o FC Porto.
Não é que ele tem razão??
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Publicada por Dina à(s) 19:01
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4 comentários:
o carlos daniel é lampião. mas consegue ser isento, ao contrário de outros filhos daputa jornaleiros da nossa praça... (goberns, manhas, cartaxanas...ops xD...)
Vês que lindo!!!
Nem imaginaria o clube do Carlos Daniel, tal é o seu comportamento isento. Assim é que haviam de ser todos os árbitros de modo a ninguém perceber quais as suas cores clubísticas.
Relativamente ao Cartaxana - RIP
Quanto ao seu parecer estou absolutamente de acordo. Enquanto esta zona do terreno não estiver bem resolvida teremos surpresas como as dos últimos jogos de preparação.
Texto aceitável do benfiquista Carlos Daniel.
Mesmo assim 7M€ pelo Garcia é apenas aceitável para as tramóias anti-fisco espanhol do Real. Então estavam tão empenhados no Reyes, e não deram 5M€ pelo jogador, e agora abriram mão de 7M€ por um jogador que a imprensa considerava que o Real venderia a custo zero, desde que não tivesse que honrar compromissos futuros de salários?!? :)
SL
tb simpatizo com ele...apesar de ser do porto..o seu clube é o Benfica!
mas não o impede de ser isento ao contrario de muitos...q por ai vamos pagando.
SL
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